Tese - Juliana Corrêa Pereira Schlee

Por um devir ecosófico nas educações ambientais : entrelaçamentos entre arte e filosofia no viver da fronteira (Brasil-Uruguai)

Autor: Juliana Corrêa Pereira Schlee (Currículo Lattes)

Resumo

Esta tese de doutorado, realizada no Programa de Pós-graduação em Educação Ambiental, na Universidade Federal do Rio Grande (FURG), tem como problema de pesquisa: como a trama entre arte e filosofia no espaço-tempo da fronteira (BrasilUruguai) pode potencializar as criações de um devir ecosófico nas educações ambientais possíveis? Dessa questão principal, foram delineadas como questões de pesquisa: quais as possibilidades e as multiplicidades de educações ambientais provocadas pela ecosofia? Qual a potência de um devir ecosófico para o espaço-tempo fronteiriço em que vivemos? Como a arte e a filosofia potencializam as criações de possíveis educações ambientais? Essa investigação teve como aporte teórico e metodológico autores da Filosofia da Diferença como Friedrich Nietzsche, Michel Foucault, Gilles Deleuze, Félix Guattari, Georges Didi-Huberman, Tim Ingold, Anna Tsing, dentre outros. Em específico, ferramentas teórico-metodológicas da problematização do filósofo Michel Foucault foram utilizadas com a intenção de olhar os materiais que interpelaram a autora desta tese a pensar a fronteira Brasil-Uruguai para além de um território dividido e para as educações ambientais possíveis nesse contexto; e a metodologia experimental do Atlas de Georges Didi-Huberman foi tomada como base para recolher e analisar materiais (músicas, fotografias, contos, verbetes, narrativas e imagens de filmes e documentários) produzidos na fronteira para a composição e montagem do Atlas Ecosófico da Fronteira Brasil - Uruguai. Os movimentos analíticos propiciaram perceber, com a literatura e a filosofia, a potência de resistir ao presente e, quiçá, problematizar o espaço fronteiriço como uma heterotopia, um contraespaço ao olhar para fotografias. Desse modo, percorrendo paisagens pampeanas, este estudo evidencia como elas são protagonistas da história e da cultura desse lugar fronteiriço, constituindo modos de ser e viver na fronteira, buscando socialidades mais que humana como forma de habitá-lo através do pensamento nômade. Convém evidenciar que os resultados articulam educações ambientais sob a égide ética, política, estética da ecosofia e permite afirmar, com base na análise de narrativas, vidas e cotidianos da fronteira, a potência nas relações com os habitantes da fronteira e a paisagem que os envolve para pensar na criação de educações ambientais. Por fim, esta tese sustenta que é possível tramar a arte e a filosofia para criar outras educações ambientais - na fronteira entre Brasil e o Uruguai - potencializadas por um devir ecosófico, cunhadas por suas multiplicidades e singularidades.

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Palavras-chave: Educação ambientalFronteirasArteFilosofia